A crise habitacional em Portugal

A crise habitacional em Portugal

Portugal  enfrenta uma crise habitacional cada vez mais intensa, marcada pelo aumento vertiginoso nos preços dos aluguéis e da compra de imóveis, convive com um elevado número de casas vazias. Esse cenário paradoxal, portanto, tem gerado acalorados debates sobre o uso do espaço urbano e a eficácia das políticas públicas.

Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal, divulgados em 2023, revelam um panorama notável: existem mais de 700 mil alojamentos vagos em todo o território nacional. Ou seja, isso corresponde a aproximadamente 15% do total de habitações, uma proporção considerável que se destaca, inclusive, em comparação com outros países europeus.

Adicionalmente, um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, por exemplo, apontou que a taxa de imóveis vagos em Portugal é uma das mais altas da União Europeia. Isso sugere que, enquanto muitas famílias lutam para encontrar um lar acessível, um volume expressivo de propriedades permanece subutilizado, o que evidencia um desequilíbrio marcante no mercado imobiliário.

Contudo, a questão não é tão simples quanto apenas “falta de uso”. Muitas dessas casas permanecem vazias por diversas razões, como a degradação estrutural (imóveis em ruínas), complexos processos de herança, ou até mesmo estratégias de investimento especulativo. Assim, enquanto algumas ficam desocupadas por carência de condições de habitabilidade, outras são mantidas vazias porque os proprietários esperam por uma maior valorização para vendê-las ou alugá-las por valores mais altos.

A existência de tantos imóveis desocupados, em meio a uma demanda crescente por moradia, tem levado o governo português a considerar e implementar medidas para incentivar a ocupação. Entre essas iniciativas, destacam-se programas de reabilitação urbana e políticas de arrendamento forçado. Entretanto, o desafio é imenso, já que envolve complexas questões sociais, econômicas e burocráticas que demandam soluções integradas.

 

Impacto Social e Ambiental do Desperdício Habitacional

 

A questão dos imóveis vazios em Portugal vai além de números e burocracia, pois possui um profundo impacto social e ambiental. Socialmente, contribui para a escassez de moradias acessíveis, elevando os preços e dificultando o acesso à habitação para famílias e jovens, o que acentua desigualdades. Ambientalmente, casas desocupadas se deterioram, gerando resíduos e desvalorizando o entorno, além de representarem um desperdício de recursos que poderiam estar a serviço da comunidade, e assim, sobrecarregando ainda mais o sistema.

 

Você já tinha ideia desses números sobre as casas vazias em Portugal, e da complexidade por trás deles?

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *